Brasil – epidemia de crack: como se chegou a isto?

O que houve com esta parcela da sociedade? A droga migrou do “barato” ou mesmo da alucinação lisérgica dos anos 1960 e 70 para um consumismo não apenas da saúde, mas da própria vida. A degradação deixou de ser pessoal e passou a ser social. O ministro da saúde, Alexandre Padilha, afirma haver uma epidemia. Não é possível que somente os usuários sejam os “culpados” ou “responsáveis”. Este pensamento preconceituoso que não compromete a sociedade e o Estado, e não discute uma felicidade social de todos é infame e não se sustenta numa sociedade democrática, constitucional apoiada no princípio maior da dignidade da pessoa humana. Um diálogo institucional precisa ser aberto em caráter urgente. Não se pode mais fechar os olhos. OG.

 

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Padilha diz que país enfrenta epidemia de crack e defende parceria com estados e
municípios

Mariana Jungmann Repórter da Agência Brasil

Brasília – O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, reforçou hoje (19) a importância de estados e municípios colaborarem na execução de políticas públicas de combate ao crack. O ministro, que participou de sessão temática sobre o financiamento da saúde no Senado, comentou os dados apresentados na Estimativa do Número de Usuários de Crack e/ou Similares nas Capitais do País, divulgada hoje (19) pelos ministérios da Justiça e da Saúde.

“A pesquisa mostra que o problema é grave, que há uma epidemia de crack no nosso país. Precisamos expandir ainda mais os serviços, e essa parceria com os estados e municípios é fundamental. São R$ 2 bilhões disponíveis e nós precisamos muito dessa parceria para que esses serviços cheguem à ponta”, disse o ministro.

Padilha disse ainda que o estudo, produzido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), dá um panorama claro sobre a epidemia de crack e definiu a pesquisa como “o mais amplo estudo já feito no Brasil e no mundo” sobre o problema. “Uma coisa que o estudo mostra é que a maior parte dos dependentes de crack quer se tratar. Nós precisamos aproveitar que eles querem se tratar para oferecer serviços, sejam públicos, em instituições religiosas ou comunidades terapêuticas. É fundamental que a gente alivie o sofrimento desses jovens e de suas famílias”, disse.

A estimativa feita pela Fiocruz aponta que os usuários regulares de crack e/ou de formas similares de cocaína fumada (pasta-base, merla e oxi) somam 370 mil nas 26 capitais e no Distrito Federal. Considerada uma população oculta e de difícil acesso, ela representa 35% do total de consumidores de drogas ilícitas, com exceção da maconha, nesses municípios, estimado em 1 milhão de brasileiros.

Edição: Juliana Andrade

 



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