Boris Kierkegaard. ” O Black Bloc quer ser ‘anarquista’ no modo vulgar e prega a desobediência civil e a quebradeira de órgãos públicos, como um objetivo maior”. Esta uma das conclusões do artigo. Confira. OG.
Anarquismo é filosofia, não é Black Bloc
O Anarquista primitivo se orienta contra a forma organizacional hierarquizada, seja socialista, capitalista ou comunismo, com repúdio a estas formas. Tem ideia ou princípio individual e coletivo basicamente em função da liberdade, quaisquer instituições políticas coercitivas baseadas em relações sociais hierárquicas “minam” a livre escolha inerente ao homem. Exemplo: Democracia Grega, discípulos de Sócrates, já com a ideia ou conceito de liberdade, tinham pensamentos anárquicos: “não se deve abrir mão de nossa liberdade, espontaneidade e escolha em favor do Estado”.
É claro que o anarquismo acima é utópico. Em um mundo real, qualquer “sistema” tem que seguir as mesmas necessidades de outros e se utiliza, para um exemplo, a “Comuna anarquista” de um modelo de relações sociais e econômico melhor adaptado para realizar o desenvolvimento da liberdade do indivíduo.
O comunismo anarquista não é um esquema social rígido, inflexível, o qual uma vez alcançado está completo e ponha termo ao desenvolvimento do indivíduo. Ao contrário, sua organização social fluída e elástica, se desenrolará, aumentando em complexidade e sempre buscando melhoras para que a liberdade dos indivíduos se expanda sem obstáculos, pois os homens precisam satisfazer necessidades onde os recursos são escassos e há as diferenças individuais, inerentes a quaisquer grupos, “capacidade intelectual”, por exemplo.
Pierre Joseph Proudhon emprega, pela primeira vez, no seu livro de 1840 “O Que é a Propriedade?”, a palavra anarquia, no sentido de sociedade autogovernada. Questiona o princípio do direito, os conflitos sociais e da propriedade privada e do Governo. É talentoso para tipificar as contradições econômicas. Identifica justiça, na nossa sociedade, como reciprocidade, igualdade e equilíbrio.
Como exemplo a Comuna de Paris — veio no bojo da insurreição popular de 18 de março de 1871 —, a primeira república proletária, socialista, não durou muito, apenas 72 dias.
Portanto, anarquismo tem a ver com Filosofia, ou um modo de pensar o real, e não baderna e vandalismo feitos por um segmento que se diz anárquico (?!). As manifestações recentes e presentes no Rio de Janeiro, até o momento, são isoladas e reivindicam coisas pertinentes à sociedade como transparência governamental, contabilidade dos gastos, contra a corrupção, contra a violência. Se o grupo de frente das manifestações e que acompanhamos, quase diariamente, o Black Bloc (foto), insere-se nas manifestações ou se autodetermina anárquico não condiz com a ideologia pregada pelos grandes pensadores. O Black Bloc quer ser “anarquista” no modo vulgar e prega a desobediência civil e a quebradeira de órgãos públicos, como um objetivo maior.
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