Reeleição fraudulenta de FHC transforma tucanos em urubus

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Livro “O príncipe da privataria” de Palmério Dória revela compra de voto para emenda da reeleição que beneficiou Fernando Henrique Cardoso, identifica o “Senhor X” de toda tramoia e tem denúncia do editor Luiz Fernando Emediato em que FHC reconhece existência de caixa dois.

O jornal “Folha de São Paulo” (foto) tenta minimizar o conteúdo do livro admitindo escândalo à Introdução da obra, assinada pelo dono da editora Geração, o jornalista Emediato que revela frase de Fernando Henrique Cardoso : “A diferença entre nós e eles [a turma de Collor] é que nós gastamos o dinheiro em campanhas, enquanto eles enfiam uma boa parte em seus próprios bolsos”. O presidente tucano assumiu o caixa dois em 1991, ao jornalista,  numa viagem aos EUA quando discutia o uso da prática por parte do então presidente Fernando Collor.

O livro poderá ser objeto de ações judiciais, dessas que encenam para o público alguém se dizer ofendido. O certo é que o dano já se verificou, na capital mundial da corrupção: a reeleição existiu e todo o esquema relatado no livro é servido de bandeja a historiadores e à sociedade em geral. Se tucanos queriam ser condores, a mancha que o livro causa em sua biografia, para a eternidade, fará com que fiquem parecendo pintos, molhados na chuva. Confira a matéria do Diário do site “Centro do Mundo”, abaixo. OG.

“Diário do Centro do Mundo”. O livro “O príncipe da privataria”, do jornalista Palmério Dória, traz uma revelação histórica sobre a compra de votos no Congresso a favor da emenda constitucional da reeleição, esquema denunciada pelo Folha em 1997.

Tratado pelo jornal como “Senhor X” em diversas reportagens, o homem que naquele ano gravou deputados admitindo a venda de votos assumiu sua real identidade.

Trata-se do empresário e ex-deputado Narciso Mendes, 67 anos, dono de um jornal e de uma retransmissora do SBT em Rio Branco (AC). Em 16 anos, ele nunca havia falado publicamente sobre o assunto.

O depoimento de Mendes admitindo ter colhido as provas da compra de votos é tema dos capítulos 11 e 12 de “O príncipe da privataria” (399 páginas, Geração Editorial).

Na época, Mendes já era ex-deputado. Com bom trânsito na bancada do Acre, ele afirma que aceitou gravar os colegas e entregar o material ao repórter Fernando Rodrigues, autor da série de reportagens da Folha sobre a compra de votos, porque era “intransigentemente contra” a emenda que viria a favorecer FHC.

Seu único pedido era a manutenção do anonimato, condição que o jornal aceitou.

Segundo o autor do livro, Mendes disse que decidiu falar agora depois de ter um problema de saúde. “Ele afirmou que não queria morrer sem contar essa história”, afirma Dória.

Nas gravações do “Senhor X” em 1997, dois deputados do Acre, Ronivon Santiago e João Maia (ambos do PFL, hoje DEM), diziam ter votado a favor da emenda da reeleição em troca de R$ 200 mil, o equivalente a R$ 530 mil hoje.

Outros três deputados eram citados de forma explícita nas gravações. As conversas sugeriam que dezenas teriam participado do esquema.

O assunto nunca foi investigado. A tentativa de criação de uma CPI foi abafada. O então procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, não pediu a abertura de inquérito.

Também a imprensa jamais foi atrás da história, como lembra Palmério Dória. Era um “segredo de Polichinelo” que o “Senhor X” era Narciso Mendes, diz Dória.

Mas a mídia – incluída a Folha – não se ocupou em levar o assunto adiante.

Uma informação particularmente polêmica do livro está “Carta do Editor”, assinada na introdução por Luiz Fernando Emediato, dono da Geração.

Emediato diz que em 1991, quando denúncias contra o então presidente Fernando Collor começaram a surgir, ouviu uma confissão de uso de caixa dois da boca do próprio FHC numa viagem aos EUA.

Ele diz ter ouvido de FHC o seguinte: “A diferença entre nós e eles [a turma de Collor] é que nós gastamos o dinheiro em campanhas, enquanto eles enfiam uma boa parte em seus próprios bolsos”.



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