Hoje, logo cedo, ao dar a costumeira checada na minha Timeline (TL) do Facebook, uma mensagem me chamou a atenção. Um post de Mark Zuckerberg, contando que há exatos 10 anos ele criava uma rede para conectar os colegas da universidade e que nunca teria imaginado que ela se tornaria a maior do mundo, entre outras xurumelas(leia o post, aqui).
Como eles mesmos colocaram no vídeo “fofo” que está na home do FB de hoje, “como é bom fazer dez anos”. Agora, será que a rede conseguirá passar da considerada pior fase de todas, a adolescência, conquistar a maior idade e comemorar com o mesmo sucesso os 20 anos de existência?
Vejo muitos colegas que sigo no FB reclamando de como a rede tem ficado cada vez mais chata e limitadora. Temos que admitir: é verdade. É descaradamente nítido como as postagens patrocinadas e sugeridas (leia-se posts pagos) têm tomado mais espaço na minha TL em relação às coisas que eu mesma curti, e as quais eu gostaria muito mais de ver, sinceramente. O alcance de coisas bacanas de amigos tem sido podado e reduzido. Curto bandas, pessoas, coisas, sites, coletivos etc. para ficar sabendo as novidades e, quase sempre, acabo simplesmente não vendo o que eles postam. Tenho que lembrar de entrar em cada lista para visualizar. Sim, é empobrecedor ter algum algoritmo sendo atualizado constantemente e escolhendo de modo bem fechado o que vai aparecer na minha TL ou não.
Além do fato de que a plataforma envelheceu – e muito – nos últimos anos. O que tem afastado os adolescentes para outras redes, como o Instagram, Whatsapp, Snapchat e Tumblr. Esses jovens querem uma rede social com menos compartilhamento de angústias e questões que gerem debates intermináveis. E, acima de tudo, querem privacidade em relação ao adultos. Eles estão lá e não querem os pais e tios curtindo os seus posts, vendo as fotos da balada de ontem, nem comentando “Lindo da mamãe!”, entende?
Por ser um gigante, com 874 milhões de usuários no mundo, provavelmente, o Facebook não acabará. Mas o número de pessoas que mantêm seus perfis ativos e acessam diariamente a rede já está diminuindo. A própria empresa admitiu recentemente a perda dos usuários adolescentes – mais de 11 milhões de jovens deixaram o Face desde 2011.
Para alguns pesquisadores da Universidade de Princeton, o Facebook está se dirigindo para um imenso e rápido declínio – assim como outras redes que também tiveram o seu boom e em algum momento decaíram, Orkut no Brasil, Myspace nos EUA e Twitter. Comparando ao ciclo de uma “doença infecciosa”, os pesquisadores preveem que o FB perderá grande parte de seus usuários nos próximos anos, cerca de 80% entre 2015 e 2017.
Se isso tudo já não bastasse. Também já sabemos que a rede centralizadora de Zuckerberg tem utilizado os dados de seus usuários para publicidade. Em tempos de espionagens, isso não soa bem e faz com que os usuários fiquem ainda mais desconfiados e desmotivados a continuar se conectando através do Facebook. Ainda bem. Assim, podemos nos reunir em outra rede social, mais bacana, com certeza! Que toda essa chatice e caretice do Zuck nos leve a migrar para uma rede mais criativa, inteligente e livre.
Débora Pinho, Jornalista/especial para o OBSERVATÓRIO GERAL.
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