A situação trabalhista no Brasil sempre esteve em risco. Inicialmente pela não aceitação discriminatória de que trabalhadores precisavam, continuadamente, de melhores direitos e garantias.
A pauta é antiga. O livro A luta pelo direito, do alemão Rudolf von Ihering, escrito no final do século 19, mostra, na História, que direitos nunca foram doados. Sempre foram tomados, envolvendo inclusive lutas famosas e sangrentas.
Movimentos socialistas e trabalhistas no mundo se incumbiram de quebrar alguns padrões capitalistas renitentes ainda que ‘vencedores’. Em grande medida conseguiram avanços e em grande medida fracassaram. Ver o equilíbrio entre esses extremos é tarefa complexa. Muitas vezes a mesma ideologia que impede a isenção, cria fundamentos oniricamente perfeitos.
Mas o mundo inteiro caminhou na direção de um saudável garantismo ao trabalhador e mesmo ao aposentado. Isto teve início com os direitos fundamentais e a cidadania para depois migrar para os direitos tipicamente trabalhistas.
No Brasil a Clt foi um avanço. Num Estado historicamente ladro como este em que sempre os de dentro criam e inventam dispositivos para se proteger, chamando-os de tudo que é tipo de nome, desde ‘benefícios’ até ‘auxílios’, a situação jamais esteve minimamente boa. Ou mesmo honesta. A corrupção estatal é secular.
Se o Partido dos Trabalhadores errou em muita coisa, admita-se francamente, mesmo que inexatamente, até porque ninguém é perfeito, acertou em um viés histórico dos mais importantes: conseguiu dar um alento sério à parcela miserável da sociedade. Neste ponto sempre imperaram preconceitos e ódios profundos de uma dominância social matreira e perversa.
Na ditadura, Delfim queria aumentar bolos para depois dividir, um maquiavelismo cínico. Sarney veio com ‘tudo pelo social’, um engodo tenebroso enquanto o próprio sujeito apoderava-se de todo um estado da federação. Color prometeu uma honestidade que geraria alguma igualdade social e foi expulso sumariamente, envergonhando o país, justamente por falta dela. Fhc não conseguiu com toda sua erudição fazer uma revolução social; foi mais um a tapar buracos. A surpresa foi o torneiro mecânico de língua presa e sem dedo. Xingado, discriminado. Mas se houve alguma revolução social começou com Lula.
Agora corre-se o risco de tudo voltar. Aécio Neves atrelado a um partido cujo baronato perfumado não aprendeu nada e continua a se orgulhar de não querer saber de pobres, como se o Brasil fosse milionário. E Marina Silva revelou-se trifásica: autoritária, deslumbrada e fundamentalista.
Mas talvez de suas três características, o deslumbramento seja o pior. Se vencesse, como se sabe sem apoio parlamentar, seria a nova-‘rica’ do poder. Diferentemente de Lula, já deu sinais de que criará uma nova política econômica que, se não principiologicamente, efetivamente, desfavoreceria o povo. Por todas as palavras: afetação na Clt, uma cobrança velhaca de uma eternamente covarde classe dominante.
Aí, a cada dia que jura o inverso, um de seus gurus econômicos destila um desastre neoliberal de plantão: fala uma bobagem. A frouxidão e o improviso na linha conceptiva de seu programa aliados à mudança do tipo maria-vai-com-as-outras tornaram sua candidatura um estalinho. Fez barulho inicial, mas não para de cair.
Não se trata de apenas ‘acusar’ Marina. Ela teria tudo para ser uma figura ilustre, negra e mulher, ótimos fatores numa atualidade ainda preconceituosa no país. Mas se mostrou deslumbrada. Uma das característica dos deslumbrados é a mudança fácil e inconsequente, a variação irresponsável nos pontos de vista. É um dândi ideológico. Um pastor aqui, um reacionário ali, um banqueiro acolá. As figuras mais perigosas conseguem influenciar Marina. E Marina vai mudando sob promessas de currais eleitorais.
Talvez o país tenha chegado a uma encruzilhada cruciante: mudar agora é, sabidamente, retroceder e afetar direitos conseguidos a duras penas. Em um dos pontos que não deve ser ‘flexibilizado’, palavrão modal. Os trabalhadores, a Clt, os aposentados.
Falta muito. A história do país, no atendimento a pobres e trabalhadores como um todo, é péssima. A única mudança que se espera é o aprofundamento nas políticas de um verdadeiro bem estar social. Foi assim na Europa nos países velhos. Dilma inclusive, numa análise mais radical, pode ter feito pouco. Se havia um medo, nada a la Regina Duarte, era Marina Silva. Com as novas estatísticas, parece que Marina se desmilinguiu por ela própria. O Brasil já apanhou demais. OBSERVATÓRIO GERAL.
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“A única mudança que se espera é o aprofundamento nas políticas de um verdadeiro bem estar social.”
Aprofundamento nas políticas de um verdadeiro bem estar social??? Esta frase é uma verdadeira falácia. É só olhar para a situação econômica e socialmente precária em que vivem mais de 50 milhões de pessoas, 25% da população brasileira, que recebem o Bolsa Família. Estes recebem R$ 2,34 por dia! O governo está escondendo esta população das estatísticas de desemprego(mais de 25 milhões de desempregados), afirmando que não existe desemprego, tratando-os como se não existissem socialmente, servindo-se delas apenas para “obrigá-las” ao voto no PT. Todo o mundo sabe o que é falado junto dos beneficiário do BF, ou votas na Dilma ou então se votares na Marina, perdes esses R$ 70,00 mensais, além da dentadura, dos utensílios de cozinha, dos chinelos e demais ofertas que tens enquanto o PT estiver no governo.
A descida da Marina nas pesquisas, deve-se essencialmente àqueles que agora dizem estar na dúvida, aos que dizem que neste momento vão anular o voto ou votar em branco, ou que entretanto estão novamente pensando em quem irão votar.
Como é possível que todo o mundo afirma querer livrar-se da Dilma e esta continua a subir nas sondagens? Algo está errado!