O ‘quanto’ se casa?

casamento

Com a descoberta de que o sexo inteligente é bom, a garotada se entregou à função. As famílias não preconceituosas passaram a aceitar que essa atividade carnal dos filhos não é um ‘mal’, como alguns dogmas atrasados já impuseram a sociedades inteiras. Alguns bolsões de obscurantismo ainda se ‘guiam’ por essas trevas fundamentalistas.

 

Com essa maravilhosa alforria da vida, juntar os trapos, ou os sonhos, encantos, paixões, tesões e ideias ficou muito mais facilitado. Não há mais a repulsa da sociedade pelos agora ‘unidos’, um novo estado civil advindo da união estável.

 

Antigamente, na celebração do casamento, o padre – imagine-se um daqueles muito cultos-, fazia carinhosas e sérias ‘advertências’ de o que é um casamento.

 

Tudo bem que o casamento também mudou. Mesmo em países moralistas como o Brasil. Ficou mais ‘leve’, diriam uns; mudou para um estilo meio europeu de duração de 5 anos em média, diriam outros. Mas casar ou juntar, é a mesma coisa, ainda é algo que deve ser bem refletido.

 

Isso de casar, e, ‘se não der certo separa depois’, não tem nada de inteligente, desculpe-se o autoritarismo do fator ‘inteligente’. Mas a burrice deveria ser evitada. Como? Com reflexão, conversa, questionamentos, exaustão de cenários, alguma análise de riscos etc. Casar/juntar continua sendo algo que pode ter consequências desastrosas. Ou frutos lindos e maravilhosos. Esse destino é única e exclusivamente da responsabilidade da inteligência dos dois ‘pombinhos’.

 

Na relação gay, diga-se exatamente o mesmo. Normalizou-se tudo, claro, o amor jamais poderia continuar a ser monopólio da heterossexualidade – os atrasos e obscurantismos não são formidáveis?-, e os pombinhos João e João, ou Maria e Maria, têm que pensar muito bem antes de suas decisões. Tudo igual.

 

Quando se é jovem, se casa ‘tudo’. Não se guardam ‘parcelas’ da comunhão. Acha-se mesmo – este é o credo casamenteiro – que o casamento ou a união é sempre total. Fatores como dinheiro, dificuldades, decisões, relações de parentesco e amizade de ambos os lados, educação de filho, ideologias políticas etc. Tudo parece que será ‘resolvido’, serenado, como um passe de mágica, bastando casar ou juntar. Mas as visões de mundo continuam, cada um tendo a sua.

 

Quando se é mais velho, e já se passou por outras ‘relações’, os casamentos e uniões são mais ‘cuidadosos’.  Será que aqui se casa ‘tudo’? Todos os fatores são postos no mesmo saco e vamos viver a vida?

 

Há versões paralelas aí. Quando um é rico e o outro é pobre. Quando as classes sociais são muito diferentes. Aí, em muitos casos, mesmo ambos sendo jovens, costumam receber ‘conselhos’ de pessoas próximas a ‘ter cuidado’, afinal há ‘diferenças’ na união.

 

Tudo isso faz parte da vida mundana e boa. A cultura familiar, parental, social influencia para o bem ou para o preconceito. Cada um que saiba se cuidar.

 

Casar continua sendo bom, viver a dois é um dos melhores mundos, dormir de conchinha também. Mas planejar e refletir muito, e antes, continuam sendo a melhor ode à inteligência. Viva a inteligência e o amor.

Jean Menezes de Aguiar / OBSERVATÓRIO GERAL

 



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