Patrícia Moreira, apelidada na Internet de ‘racistinha’, flagrada na TV exultando seus valores educacionais preconceituosos contra o goleiro do Santos, berrando ‘macaco’, foi depor na polícia.
Chegou chorando em alto e bom som. Se foi para a imprensa ver, funciona. Depois disse que chamar alguém de macaco não é racismo. Pode até ser.
O primatólogo holandês Frans de Waal, no livro A era da empatia, p. 86, se refere uma colega, Vicky Horner como ‘bastante parecida com os chimpanzés’. Mas explica o carinho: ‘Para uma pessoa que adora os grandes primatas, isso não é um insulto.’ Perfeito.
O problema é que a torcedora gaúcha escolheu o caminho do desastre pessoal. E do crime. A triste cena mostrada na Internet dá conta de seu ódio no xingamento.
Mas talvez o choro da moça lhe garanta impunidade. Não é exagero. Por acaso alguém já foi preso pelo grave crime – a pena é reclusão- ?
Uma sociedade bastante preconceituosa dar colo a uma lourinha que chora não é das coisas mais difíceis. É diferente de Suzane von Richthofen que matou os pais. Mas mesmo esta, se insistir por anos no choro, funciona. Estas hipocrisias sociais são conhecidas.
É a velha história do ‘no fundo’. No fundo a moça é uma boa pessoa. No fundo ela não quis dizer isso.
Sabe-se que o ambiente de torcida em estádios de futebol, agora burramente chamados de ‘arena’, não é o locus próprio para se encontrar gentilezas e amabilidades. Deveria ser. Um domingo de alegria e esporte. Mas cada vez mais energúmenos fanáticos tomam conta.
A gana de ofender e discriminar precisa ter um basta. Mesmo que seja pela cadeia, essa hipótese tão teórica no caso concreto.
Uma mocinha dessas, começando a vida adulta, não teve ainda muito tempo de vida para refletir sobre preconceitos, suas teorias históricas, seus desastres sociais, suas consequências com pessoas desgraçadas e menos favorecidas – que jamais é o caso do poderoso goleiro Aranha.
A juventude da moça deveria estar sendo usada para receber informação e conhecimento. Uma palavra que saiu de moda: estudar. Não para destilar ódios macaqueados (expressão biológica da imitação, livro citado, p. 82). Ela mesma disse: – todo mundo xingava, aí eu também xinguei. A falta de personalidade aliada à falta de educação mais a falta de fraternidade para com o outro causa essas coisas ruins.
Negros têm todo o direito de se sentir ofendidos com este tipo de imputação odiosa. Não terão, como todo e qualquer primata superior, nós todos, quando somos comparados ao lindo Chimpanzé (Pan troglodytes), ou ao gentil Bonobo (Pan paniscus).
Por isso Waal (p. 287) explica que os humanos somos bipolares, temos uma porção brutal e dominadora dos Chimpanzés, e uma porção sensual e amável dos Bonobos. A moça precisa desenvolver mais sua porção Bonobo. OBSERVATÓRIO GERAL.
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Ela cometeu um crime de racismo! Mas não há que odiá-la por isso, há que ensinar-lhe a respeitar todos aqueles que vivem e convivem à sua volta, sejam qual for a sua origem, a sua raça, a sua etnia ou a sua religião.